Inovação na Engenharia: Caroço de açaí para tratamento de água

Situação Hídrica no Brasil

O acesso à água tratada é um dos direitos básicos do indivíduo. Porém, no Brasil, cerca de 16% da população não possui acesso à água tratada, sendo que 33 milhões de brasileiros não possuem segurança em Recursos Hídricos. Esse número tem relação com diversas causas: crescimento populacional, poluição, super exploração de lençóis freáticos e degradação das florestas.

Figura 1: Análise de água. Fonte: Análise de água

Esse problema é maior em algumas regiões do país. De acordo com dados da Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, o Norte e o Nordeste do Brasil são as Regiões mais impactadas por esse problema. No Norte, mais da metade dos domicílios não têm acesso à rede geral de abastecimento.

Água tratada: Caso de Saúde Pública

A falta de recurso hídrico de qualidade é algo que impacta diretamente a Saúde Pública no país. Por isso a vigilância e controle sobre a qualidade da água é função do Sistema Único de Saúde, o SUS. O consumo de água sem tratamento acarreta o aumento de doenças como parasitoses, diarréias, febre tifóide e leptospirose provocando além do sofrimento da população, também altos gastos públicos nos tratamentos necessários

Inovação

Nesse contexto, um Engenheiro Químico do Pará encontrou um modo de utilizar o caroço de açaí no processo de limpeza e tratamento de água, usando um método que ajuda a solucionar dois problemas sérios da região: acesso à água tratada e descarte inadequado do caroço de açaí, que gera impactos ambientais. 

Figura 2: Açaí. Fonte: Conexão planeta

O método funciona da seguinte maneira: por meio da extração de taninos dos caroços de açaí, foi criado um floculante catiônico, responsável por aglomerar partículas em suspensão. Ele é aplicado na fase inicial de tratamento de água, removendo todo o material em suspensão na água, e deixando-a pronta para o restante do tratamento.


Esse floculante vegetal é biodegradável e eficiente, além de dar utilidade para algo que antes era descartado. A ideia é, inicialmente, disponibilizar essa tecnologia para todos os ribeirinhos cadastrados como participantes da Reforma Agrária. Além da saúde do ambiente e das pessoas, esse tratamento da água local, pode garantir que também os alimentos aí produzidos, poderão ser mais saudáveis devido à melhor qualidade da água usada na irrigação. 

Figura 3: Comunidade ribeirinha. Fonte: Envolverde

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